Ser indeciso ou incerto sobre suas decisões dificilmente é considerado um traço positivo. Na verdade, muitos interpretam essas qualidades como deficiências. Força ou fraqueza – e se lhe dissermos que as células nervosas do seu cérebro determinam seu nível de confiança quando você toma uma decisão?
Você leu certo! Pesquisadores dizem que as células nervosas individuais em seu cérebro podem revelar seu nível de confiança ao tomar decisões.
Resultados da Universidade de Bonn, na Alemanha, e da revista Current Biology identificam células nervosas cruciais para esse processo.
Veja como o estudo foi conduzido
Para este experimento, os pesquisadores escolheram 12 homens e mulheres.
“Nós mostramos-lhes fotos de dois lanches diferentes, por exemplo, um
uma barra de chocolate e um saco de batatas fritas. Eles foram então solicitados a usar um controle deslizante para indicar quais dessas alternativas eles preferem comer”, disse o professor Florian Mormann, do Departamento de Epipileptologia.
Quanto mais moviam o cursor de sua posição central para a foto esquerda ou direita, mais confiantes estavam em sua decisão.
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Os participantes tiveram que julgar um total de 190 pares diferentes de lanches desta forma. Ao mesmo tempo, os cientistas registraram a atividade de 830 células nervosas cada uma no lobo temporal.
“Descobrimos que a frequência de impulsos elétricos em certos neurônios, ou seja, sua ‘velocidade de disparo’, mudou com crescente confiança na decisão”, disse o colega de Mormann, Alexander Unruh-Pinheiro.
“Por exemplo, alguns dispararam com mais frequência, mais confiante é a pessoa que está sendo testada em sua decisão”, acrescentou Pinheiro.
Esta é a primeira vez que essa correlação entre atividade e confiança na decisão é identificada. Os neurônios afetados estão localizados em uma região do cérebro que desempenha um papel nos processos de memória.
“É possível que mantenhamos não só a decisão que fizemos, mas também nossa confiança nela. Talvez esse processo de aprendizagem nos salve de futuras más decisões”, disse Mormann.
“Há evidências de que esse valor subjetivo também se reflete na atividade dos neurônios individuais. O fato de termos encontrado essa ligação entre o comportamento do fogo e a confiança na decisão até nos surpreendeu”, disse Mormann.